Livro CARTAS A CURITIBA
Organizadora: Izza Zilli [Iza Zilli]
Prefácio: Rafael Greca de Macedo
Edição 1991 (Curitiba, PR)
Capa.
Dedicatória (página 0):
Dedicatória.
Dedico este trabalho jornalístico a Benjamim Zilli Júnior, que muito amou Curitiba e que com bom astral a conheceu profundamente.
A meu pai, curitibano de nascença e de coração, pessoa vibrante e inesquecível, admirador do dia e da noite curitibana, ofereço esta reportagem, pois sei que ninguém mais do que ele ficaria feliz ao ler “Cartas a Curitiba”.
Izza Zilli
Prefácio (página 1):
Prefácio.
Estas cartas de amor a Curitiba, redigidas por alguns dos mais destacados membros da nossa sociedade, reforçam a ideia de que a Cidade é um projeto coletivo de bem comum. Em todos os corações e mentes percebe-se a alegria de participarem da vida desta Cidade neste momento tão especial que é o limiar dos seus 300 anos.
Aqui renovam-se as estruturas urbanas, multiplicam-se os pontos de encontro, abrem-se novos caminhos de progresso e de igualdade social. As cartas coletadas pela Izza Zilli são admirável perfil da sociedade contemporânea. Podem instruir quem, no futuro, queira fazer a história das mentalidades desta geração. Tem sabor de correspondência amorosa. Todas as cartas guardam memória, dentre os aqui nascidos e os que aqui escolheram viver, dos mistérios e das delícias da vida curitibana.
A Izza Zilli é moça desta cidade. Sua gente animou o Largo da Ordem nas manhãs do início do século, quando havia o efervescente comércio do armazém do velho Benjamim Zilli, patriarca familiar. Ainda lá se pode ver o solar da sua família, a varanda de ferro projetando sua sombra sobre as pedras do Largo, rivalizando com o campanário da Igreja de São Francisco, ou com o olho mágico do velho bebedouro.
As crônicas da Izza não dispensam as tintas da memória. Têm tons marcantes, que brotam da alma de Curitiba. Este livro, coletânea de diversas visões de uma mesma Cidade, tem também o sabor de relato da paixão de seres humanos pelo local onde nasceram, onde escolheram viver, e onde realizam as potencialidades das suas vidas.
Rafael Greca de Macedo
Apresentação (página 2):
Apresentação.
Estava eu na redação do Correio de Notícias, naquela agitação de fechamento de coluna, quando meu amigo Cláudio Seto me sugeriu que eu iniciasse um trabalho jornalístico em homenagem a nossa querida Curitiba.
Pensamos: deve ser um registro onde pessoas expressivas de nossa sociedade possam transmitir a sua opinião sobre a nossa cidade.
Aí nasceu “Cartas a Curitiba”, uma reportagem interessante com empresários, políticos, artistas e nomes de destaque que nessas cartas emitem opiniões, escrevem sobre o que sentem e até viajam no tempo recordando como Curitiba os acolheu, e fatos pitorescos que com eles ocorreram.
O mais importante desta reportagem é o registro que permanecerá através dos tempos. Conseguimos com nosso trabalho, algumas demonstrações de amor à nossa amada Curitiba, e são eles, os homens que declararam a sua paixão por esta cidade. Alguns por certo adotados e não menos incertos sobre o seu amor.
Assim gostaria que você, que vai ler as “Cartas a Curitiba”, sinta-se um amante desvendando segredos de sua amada – a nossa querida Curitiba.
Izza Zilli
Detalhes da obra (página 3):
Detalhes da obra.
Capa: Maria Cristina Zilli
Editor gráfico: Paulo Bello
Revisão: Heloísa Grubhofer
Os autores das CARTAS A CURITIBA:
Francisco Souto Neto – Página 4
Eduardo Rocha Virmond – Página 7
René Ariel Dotti – Página 10
João Batista Brotto – Página 12
Jaime Lerner – Página 14
José Macedo Neto – Página 17
João José Werbitzki – Página 19
Nelson Faria de Barros – Página 22
Túlio Vargas – Página 24
Dálio Zippin Filho – Página 30
Rodolfo Doubeck Filho – Página 33
Raul Renhardt – Página 35
Inério Bruno Marchesini – Página 37
José Carlos Gomes de Carvalho – Página 40
Marco Antonio Monteiro da Silva – Página 43
Gláucio José de Mio Geara – Página 46
Abdo Dib Abage – Página 49
Álvaro Dias – Página 52
Ali Feres Messmar – Página 54
José Maria Correia – Página 56
Aníbal Khury – Página 59
Osmário Zilli – Página 61
João Cândido Ferreira da Cunha Pereira – Página 64
Rafael Greca de Macedo – Página 67
Jorge Carlos Sade – Página 70
José Ábila Filho – Página 73
Luiz Renato Pedroso – Página 75
Ary Queiroz – Página 77
Vinícius Coelho – Página 79
Werner Egon Schrappe – Página 82
Luiz Carlos Borges da Silveira – Página 84
Alceu Vezozzo Filho – Página 86
Dino Almeida – Página 89
Joel Malucelli – Página 91
Walmir Ayala (in memorian) – Página 93
Érico da Silva – Página 96
Fernando Carneiro – Página 98
Luiz Geraldo Mazza – Página 100
Paulo Hilário Bonametti – Página 102
João Régis Fassbender Teixeira – Página 105
Nilzan Pereira Almeida – Página 108
Eros N. Gradówski – Página 110
Lauro Lobo Alcântara – Página 114
Alcy Ramalho Filho – Página 116
Calixto Haquim – Página 118
José Luiz Almeida Tizzot – Página 121
Ivânio Guerra – Página 123
Abílio Abreu Neto – Página 126
Miguel Nasser Filho – Página 128
Deco Farracha – Página 130
Fernando Antonio Miranda – Página 132
As CARTAS A CURITIBA
OBSERVAÇÃO ACRESCENTADA EM 29.11.2011:
Francisco Souto Neto
Curitiba, 29 de novembro de 2011.
Página 4: FRANCISCO SOUTO NETO
Página 5: Carta de Francisco Souto Neto.
Página 6: Carta de Francisco Souto Neto.
Curitiba, 5 de agosto de 1990.
Não sou, nunca fui bairrista. O bairrismo provém de uma visão estreita de pessoas que consideram sua cidade a melhor de todas e menosprezam e até hostilizam, ou as demais urbes, ou alguma que acreditem potencialmente competitiva sob algum qualquer aspecto e, assim, ameaçadora. Bairrismo é uma espécie de paixão doentia. Não nasci no Paraná; sou paulista. Mas sinto-me à vontade para referir-me a “minha” cidade de Curitiba. A admiração que sinto por ela é racional, uma espécie de amor equilibrado e maduro que flui livre, acima das paixões pessoais ou políticas. Essa admiração tem motivos de sobejo, e variados, que vêm de longe. Por exemplo, o respeito da administração pública à memória arquitetônica da cidade, o sistema pioneiro de canaletas exclusivas para ônibus, e as áreas centrais conquistadas para o pedestre... A Rua das Flores fez escola no Brasil e no mundo, da Kobmagergade de Copenhague, à Calle Florida de Buenos Aires.
Com o retorno de Jaime Lerner à prefeitura, era de se esperar por grandes inovações no nosso panorama urbano. E a maior delas está prestes a tornar-se realidade: a volta do bonde às ruas curitibanas. Não um bonde comum, mas um tipo aperfeiçoado de transporte coletivo que funcionará como uma espécie de metrô de superfície. Quando os bondes foram retirados das cidades brasileiras, justificava-se que os mesmos atrapalhavam o trânsito e que se tinham tornado obsoletos. Ora, mas vemos que os bondes nas cidades de países do chamado “primeiro mundo” continuam viáveis, mesmo quando se trata de modelos convencionais e antigos, como aqueles que, para citar um só exemplo, trafegam em Roma, cidade que conta com um moderno metrô e com trânsito bastante caótico, pior que o brasileiro. No entanto, que belo exemplo de “coexistência pacífica”, funcional e muito útil aos usuários, é essa verificada em Roma! Bondes de cidades norte-americanas e europeias continuam circulando entre outros veículos, tal como víamos, no passado, nas cidades brasileiras. Mas o “bonde moderno” ou superbonde” (melhor ainda, o ultrabonde) curitibano será muito mais eficaz, trafegará em canaletas exclusivas, contará com futuristas “estações-tubo” e, em tudo, se distinguirá dos velhos padrões dos bondes que conhecemos. Será um transporte coletivo que antecipará o novo século que nos avizinha.
É natural que haja oponentes ao projeto. Também muita gente protestou contra a transformação das primeiras quadras da Rua XV de Novembro em área de pedestres. Agora quem se atreveria a reclamar da existência da Rua das Flores? Imagino que os seus antigos oponentes defendam hoje a sua ampliação. O ideal seria, realmente, que algumas vias centrais se tornassem subterrâneas para veículos, com a superfície transformada em calçadões, da mesma forma como parcialmente subterrâneo será o ultrabonde que, na sua primeira linha norte-sul, submergirá sob o asfalto ao lado do Passeio Público, para reaparecer nas imediações da Rua Visconde de Guarapuava.
Ao defender o bonde curitibano, não sou guiado pela nostalgia, apesar da saudade que tenho do “bonde camarão” paulistano, e da paixão pelos bondes europeus. Trata-se, isto sim, de acreditar num sistema de transporte coletivo eficiente, confortável, agradável. É inovador também pela ideia das “estações-tubo”.
Quando o bonde for inaugurado, trafegando com frequência de metrô, e funcionando como um pré-metrô, deixarei meu automóvel na garagem e passarei a usar esse meio de transporte coletivo que haverá, uma vez mais e com maior força, de projetar a nossa Cidade Laboratório para além das nossas fronteiras, fazendo-a admirada e seguida no Brasil e no mundo.
O retorno do bonde é bem-vindo. Devemos lutar como pudermos, em apoio à sua implantação e futura multiplicação das linhas.
Curitiba merece!
Francisco Souto Neto
Assessor para Assuntos de Cultura da Presidência do Banestado.
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OBSERVAÇÃO ACRESCENTADA EM 29.11.2011:
O projeto do “bonde moderno” tratado na minha publicação acima, tal como prometia o então prefeito Jaime Lerner, estava até na capa dos cartões do IPTU. Lerner promovia o seu projeto do “bonde moderno” que no começo funcionaria como um pré-metrô. Isso ocorreu há mais de 20 anos. Naquela época eu era um grande admirador de Lerner, devido às suas inovadoras soluções para o transporte coletivo de Curitiba. Como todos sabemos, resultamos frustrados com a não realização de projeto do "bonde moderno" de Jaime Lerner.
Curiosa e surpreendentemente, neste começo do século XXI, o antigo prefeito, já idoso, de certo modo no ostracismo, e aparentemente cristalizado e refratário a novas ideias, manifesta-se, de público, diametralmente contrário à implantação do transporte sobre trilhosem Curitiba. Ele fez essa declaração ao jornal Gazeta do Povo em meados do ano em curso. Na recente administração passada, com Beto Richa na prefeitura, em 2010 o assunto do retorno do bonde às ruas de Curitiba voltou à baila, porém trata-se de novo projeto de um bonde turístico, sem o propósito de servir como transporte coletivo de massas. Mas Beto Richa também prometeu que implantaria o metrô na capital do Paraná. E ele está cumprindo esse compromisso, pois já existem verbas federais para o apoio à primeira linha metroviária.
Curiosa e surpreendentemente, neste começo do século XXI, o antigo prefeito, já idoso, de certo modo no ostracismo, e aparentemente cristalizado e refratário a novas ideias, manifesta-se, de público, diametralmente contrário à implantação do transporte sobre trilhos
Vale observar que Jaime Lerner se manifesta agora contrário ao transporte sobre trilhos, certamente porque teme ver o seu projeto dos ônibus expressos preterido por sistemas mais modernos. O fato é que os urbanistas envelhecem, e muitas das suas ideias antes revolucionárias, vão se tornando obsoletas. É assim mesmo. Por isso, a renovação é sempre bem-vinda. C’est la vie.
Francisco Souto Neto
Curitiba, 29 de novembro de 2011.
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Página 7: EDUARDO ROCHA VIRMOND.
Página 8: Carta de Eduardo Rocha Virmond.
Página 9: Carta de Eduardo Rocha Virmond.
Página 10: RENÉ ARIEL DOTTI.
Página 11: Carta de René Ariel Dotti.
Página 12: JOÃO BATISTA BROTTO.
Página 13: Carta de João Batista Brotto.
Página 14: JAIME LERNER.
Página 15: Carta de Jaime Lerner.
Página 16: Carta de Jaime Lerner.
Página 17: JOSÉ MACEDO NETO.
Página 18: Carta de José Macedo Neto.
OBSERVAÇÃO: APÓS POSTAR AS PRIMEIRAS 18 PÁGINAS DO LIVRO, OBSERVEI QUE O MECANISMO DESTE BLOG NÃO PERMITE A AMPLIAÇÃO DAS REFERIDAS PÁGINAS NO TAMANHO SUFICIENTE PARA QUE POSSAM SER LIDAS. ASSIM SENDO, DAQUI EM DIANTE VOU COLOCAR APENAS AS PÁGINAS QUE CONTENHAM AS FOTOGRAFIAS DOS AUTORES.
Francisco Souto Neto.
Curitiba, 29 de novembro de 2011.
Página 19: JOÃO JOSÉ WEBITZKI.
Página 22: NELSON FARIA DE BARROS.
Página 24: TÚLIO VARGAS.
Página 30: DÁLIO ZIPPIN FILHO.
Página 33: RODOLFO DOUBECK FILHO.
Página 35: RAUL RENHARDT.
Página 37: INÉRIO BRUNO MARCHESINI.
Página 40: JOSÉ CARLOS GOMES DE CARVALHO.
Página 43: MARCO ANTONIO MONTEIRO DA SILVA.
Página 46: GLÁUCIO JOSÉ DE MIO GEARA.
Página 49: ABDO DIB ABAGE.
Página 52: ÁLVARO DIAS.
Página 54: ALI FERES MESSMAR.
Página 56: JOSÉ MARIA CORREIA.
Página 59: ANÍBAL KHURY.
Página 61: OSMÁRIO ZILLI.
Página 64: JOÃO CÂNDIDO FERREIRA DA CUNHA PEREIRA.
Página 67: RAFAEL GRECA DE MACEDO.
Página 70: JORGE CARLOS SADE.
Página 73: JOSÉ ÁBILA FILHO.
Página 75: LUIZ RENATO PEDROSO.
Página 77: ARY QUEIROZ.
Página 79: VINÍCIUS COELHO.
Página 82: WERNER EGON SCHRAPPE.
Página 84: LUIZ CARLOS BORGES DA SILVEIRA.
Página 86: ALCEU VEZOZZO FILHO.
Página 89: DINO ALMEIDA.
Página 91: JOEL MALUCELLI.
Página 93: WALMIR AYALA (in memorian).
Página 96: ÉRICO DA SILVA.
Página 98: FERNANDO CARNEIRO.
Página 100: LUIZ GERALDO MAZZA.
Página 102: PAULO HILÁRIO BONAMETTI.
Página 105: JOÃO RÉGIS FASSBENDER TEIXEIRA.
Página 108: NILZAN PEREIRA ALMEIDA.
Página 110: EROS N. GRADÓWSKI.
Página 114: LAURO LOBO ALCÂNTARA.
Página 116: ALCY RAMALHO FILHO.
Página 118: CALIXTO HAQUIM.
Página 121: JOSÉ LUIZ ALMEIDA TIZZOT.
Página 123: IVÂNIO GUERRA.
Página 126: ABÍLIO ABREU NETO.
Página 128: MIGUEL NASSER FILHO.
Página 130: DECO FARRACHA.
Página 132: FERNANDO ANTONIO MIRANDA.
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